sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Avante o Coletivo: música, diversão e atitude


Sem esquecer suas raízes, grupo de Heliópolis apresenta álbum repleto de ritmo e consciência

Com o disco Voavante, lançado no primeiro semetre de 2011, MCs, DJs, grafiteiros, fotógrafos e beatmakers, do grupo Avante o Coletivo, apresentam o bom resultado de suas andanças pelo hip-hop: um rap sério com produção de primeira que reúne simplicidade, suingue, malandragem, atitude política e espaço para temas românticos e populares como o futebol. A ligação com a periferia vai além das letras, o ritmo do samba entra perfeitamente no 4X4 dos beats.

Formado em 2007, o grupo participou do Ano da França no Brasil, evento que promoveu o intercâmbio entre músicos em 2009. Além de levar os artistas para tocar na Europa, o festival proporcionou o encontro entre os membros do Avante o Coletivo e a dupla francesa Les Nubians, que tem passagem registrada no CD. “Na Europa existe um interesse pela sonoridade brasileira, pelo samba e batuque”, afirma o coletivo.

Postura
Com serenidade e na contramão da moda, o álbum Voavante – que está disponível em streaming e para download - tem forte teor social e sensibilidade diluída em samples de jazz, funk, samba, MPB e blues. “Viemos de outra escola, de um rap ligado ao contexto político. Fazemos rap com sons brasileiros e muito ritmo, mas também temos a denúncia em nossa música”,concluem.

A origem dos integrantes do coletivo direciona suas rimas e define seu lugar no hip-hop. "Representamos a comunidade de Heliópolis. Não podemos mostrar uma parada comercial apenas. A questão social é importante”.

Funk carioca e a reaproximação do rap
Sabendo que o funk carioca ocupou parte considerável do hip-hop na periferia de São Paulo, o grupo molda seu discurso para fornecer opções musicais de resistência. Para o Avante o Coletivo, a utilização do suingue brasileiro com crítica política é uma estratégia de aproximação com os mais jovens. “A molecada não gosta de escola, mas a forma utilizada pelo professor, o jeito que ele ensina pode chamar a atenção do aluno. Falta essa malandragem do rap: fazer com que a pessoa absorva sua idéia sem precisar ficar de ‘orelhada’. O Criolo é um grande exemplo dessa malandragem.”

Mídia
Para a divulgação do CD Voavante, o grupo negocia parcerias de distribuição com o Coletivo Fora do Eixo e com o selo Tratore. Quanto ao velho dilema sobre ir ou não para a TV, os integrantes do Avante o Coletivo concluem: “o rap tem que estar em todo lugar. O hip-hop só não está mais forte devido ao fato de muitos artistas se fecharem.Em muitos lugares, a televisão é o único meio para a população conhecer um artista”.


Fonte: Central Hip Hop (http://centralhiphop.uol.com.br)

sábado, 17 de setembro de 2011

Hip-Hop na Hole Club!


Sábado agora, dia 17 de setembro, acontece mais uma edição da tradicional festa de Hip-Hop no Hole Club. Como acontece mensalmente, várias atrações vão dividir o palco da casa mais popular do gênero em São Paulo.

Nesta edição artistas que não víamos há algum tempo estarão na casa, como o sempre elogiado Arnaldo Tifu, a revelação Karol de Souza, o talentoso Terra Preta, o esperado Thig, e as presenças de Henrick Fuentes, Jamés Ventura, Das Quebradas e Correria, além da discotecagem dos DJ’s MF, Kalfani e Cris EFX.

Uma boa festa conta com diversos apoiadores, e esta não foge à regra: conta com o apoio da maior festa do segmento em São Paulo, a Quilombo Hip-Hop, e dos sites Radar Urbano, Bocada Forte, do blog Macados me Mordam, e nós do Massala, fazendo a cobertura deste evento para vocês !

A entrada é R$10,00 ou R$15,00 com R$5,00 consumíveis, e a casa abre a partir das 23:30hs!

E aí, você vai perder esta festa? Não, né?

A Hole Club fica na Rua Augusta, 2203 – Jardins (próximo ao metrô Consolação)


Fonte: Massala Diversidade / http://migre.me/5ITd9

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ENTREVISTA: SAIBA MAIS SOBRE UMA DAS LENDAS DOS ANOS 90: RPW

Rpw é um dos vários grupos que surgiram nos anos 90, um estilo único denominado "Bate cabeça" que sem dúvida é um seguimento das boas rodas de hardcore (das antiga porque hoje eu acredito que isso também não exista mais) eu pude acompanhar o grupo de perto, fui em muitissimos shows, sempre muita vibração e uma energia única, só que... assim como quase todo mundo das antigas, ninguém imaginava que o rap ia mudar tanto, talvez imaginássemos, mas ingênuamente também achamos a essência e os valores também iam permanecer forte e vivos, RPW tem 20 anos de história o grupo nasceu em 1991, numa das épocas mais saudosas do rap, o que você vai conferir aqui é um pequeno bate papo com a rapaziada perguntamos sobre a carreira, algumas opiniões sobre alguns assuntos, projetos futuros.... enfim confira abaixo... e não se esqueça de deixar o seu comentário


BMMM - Com 20 anos de caminhada, conte pra gente como era fazer rap no inicio do grupo, difilculdades, expêriencias...
RPW: Falar que era difícil seria chover no molhado... imagine uma época em que não havia internet, o acesso ao material de fora era muito caro, e a única “porta”para o Hip Hop era o Yo! MTV Raps (isso se sua TV tivesse UHF e você tivesse disposição para ficar acordado até duas da manhã em plena quinta). Fora as revistas importadas como Rap Pages e Source, e claro, sem entendermos uma palavra em inglês. Alias quem nos ajudava nessa missão era o nosso produtor Fabio Macari, que traduzia as matérias para ficarmos um pouco mais antenados com o que rolava lá fora, já que no Brasil estávamos engatinhando ainda. Loops eram feitos com fita, no deck de rolo, emendada com durex. Usávamos instrumentais importados comprados na 24 de maio, e inúmeras vezes o RPW fez vaquinha pra comprar um vinil no mês! Fora as portas na cara nos bailes, e as vezes que ficávamos de fora dos eventos por sermos desconhecidos nessa época. Mas acreditamos que o sofrimento fortalece, e que o que vem fácil, vai fácil também. Não é a tóa que em 2011 comemoramos 20 anos de grupo e com a formação original!

BMMM - A musica "Pule ou Empurre" (1994) o grupo se consagrou na cena, na época, vocês imaginavam que o rap ia ter tantas mudanças
em relação a hoje?
RPW: Sim e ao mesmo tempo não! Sim porque o tempo traz a evolução, e claro que o rap evoluiria musicalmente. Tanto que quando lançamos a música Pule ou Empurre, fomos visionários, fomos por outra vertente, acabamos criando um gênero dentro do Hip Hop (bate-cabeça) e tudo sem pretensão alguma, apenas fizemos o que queríamos na época, e com amor. E não, porque imaginávamos outro rumo pro nosso rap, que seriamos considerado música. A luta continua, e isso ainda vai longe...

BMMM - Hoje em dia sem duvidas, o rap esta atigindo mais os grandes centros e a classe média... o que vocês acham dessa afirmação?
RPW: Na nossa opinião, achamos ótimo o rap invadir os espaços, tomar de assalto mesmo, mostrar ao que veio. Só que o efeito colateral é que na periferia o rap não é mais “rei”, outros estilos musicais tomaram conta! E quando passa os carros, os moleques com seus celulares sem fone, ouvindo rap, sempre é Racionais, Dexter, Visão de Rua, Consciência Humana, MV Bill, Rappin Hood, RZO, ou seja, não vemos nenhum deles ouvindo o rap da nova geração nas ruas. É preocupante, porque o público realmente fiel ao rap é o da periferia, e se você não ganha a periferia... Tem que ganhar novos públicos, mas jamais esquecer os antigos!

BMMM - Vocês acham que a inclusão digital o facil acesso a informação, ajudou o rap, ou tornou os mc's/grupos mais comodos?
Rubia: A inclusão digital virou uma faca de dois gumes, na moral! Se adiantou um lado pra gente ter mais acesso à informação e troca de experiências, formação profissional, por outro lado todo mundo agora grava algum barato e joga na net. É como a Rubia sempre diz, rap tá que nem pastel, sai um a cada minuto, mas nem todos tem sabor! Se separar o joio do trigo, tem muita coisa boa nova surgindo.

BMMM - Os fãs do RPW podem esperar por um albúm novo? Um vídeo?
Rubia: Fato consumado, teremos pra este ano o clip da música produzida pelo KLJay Talento Não Morre, Recicla! Esperamos para outubro. E o tão esperado DVD (pelo penos por nós rs) será lançado no começo de 2012, será um Duo Disc, com imagens totalmente inéditas para o público e uma história de alegrias, lagrimas, sangue e suor desses 20 anos de parceria e irmandade!

BMMM - Tudo se transforma e o rap brasileiro não ia escapar disso, como vocês veem a cena atual?
Rubia: A evolução era inevitável, e vemos com alegria muitos novos talentos no rap representando. Será essa geração que daqui a 20 anos estará no nosso papel, pois ninguém fica pra semente e um dia a aposentadoria chega. Espero que demore bastante ainda, rs.


BMMM - O RPW ja tocou e gravou com algumas bandas de hardcore pretender fazer isso novamente?
Rubia: Claro, faz parte da essência do RPW esse crossover com o hardcore e o punk. Temos um projeto chamado PRH com as bandas Calibre 12 e Decore. E todos os nossos álbuns tem uma faixa gravada com banda. Manteremos isso.

BMMM - Pra finalizar, Fique a vontade pra mandar um salve e deixar uma mensagem aos leitores do blog
Rubia: Agradecer aos fans que fazem o RPW estar vivos e ativos! Agradecer ao Hip Hop por mudar nossas vidas. Obrigado aos parceiros e parceiras que lutam por um rap real e sem máscaras. Obrigado aos sites e blogs de Hip Hop que mantém a chama viva da informação e seguram a bronca num país aonde a mídia quer nos fazer de refém, mas não conseguem! Obrigado MMM pela oportunidade e sucesso pra nós!

Baixe a Discografia desse lendário grupo!!

RPW Está na Área (1997) Clike Aki e Baixe

A Luta Continua (O Real Bate Cabeça) (2000) Clike Aki e Baixe

Talento Não Morre... Recicla! (2007) Clike Aki e Baixe

Fonte: Blog Macacos Me Mordam